sábado, 7 de dezembro de 2013

MORREU NO SUPERMERCADO AO SOM DE PAPAI NOEL

Carlos Gilberto Triel

O sempre atuante Jayme Lima que não perdia uma matinê aos domingos, vai se lembrar de que nos anos 60 os cineastas italianos perceberam que faltava um punhado a mais de tiros e orquestras nos filmes de faroestes produzidos por Hollywood.

Então, diretores como Sérgio Leone e maestros como Ennio  Morricone caíram para dentro das pradarias da Almeria, na Espanha,  e com rolos de filmes, cornetas, metais e, balançaram a trilha sonora dos bons, feios e maus.

Não havia limites para promover os westerns espaguetes com seus títulos apelativos e, sem compromissos com a lógica e o bom senso, mas foi com essa receita que a indústria produziu numa década, meio século de Tom Mix a John Waine.

Django, Ringo, Sabata & Cia os novos mocinhos que liquidavam no atacado 10, 15, 20 bandidos sem recarregar uma só vez o colt 45...

E no Brasil a morte foi ficando cada vez mais banalizada e a assimilação da barbárie foi rápida e avançou pelos tempos até chegar aos discursos sociológicos no Facebook, em que muitos falam, falam, mas na hora do pega pra capar põem galho dentro.

Ontem, sexta-feira, no Intercontinental de Nova Iguaçu, fregueses ao som duma esquizofrênica musiquinha de natal passavam indiferentes ao corpo dum operário que aguardava a chegada do doutor legista, morreu na contramão atrapalhando as compras.

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